Recordo-me (...)

Recordo-me de tudo o que já passei, de todo o amor que senti e que nunca mais voltei a sentir por ninguém. Recordo-me dos momentos e do quanto eu sofria, recordo-me do tão cadela que fui (e do quanto não me arrependo disso porque eu sentia-me tão bem contigo por perto), recordo-me de estar ansiosa por uma mensagem e de chorar vezes sem conta quando fazias merda. Recordo-me do sorriso que me davas e das borboletas na barriga constantes. Recordo-me da raiva e de as vezes só me apetecer arrancar o meu coração. Recordo-me de mil e uma vezes desabafar com as pessoas que sempre me ajudaram e a elas devo um muito obrigada. Recordo-me das quantas vezes que passei pela tua casa, as quantas vezes que tentava falar contigo sem qualquer tipo de resultado. Recordo-me de me trocares por simples coisas mas recordo-me também dos "amo-tes" sinceros que me disseste, mas que cada um tem a sua maneira de amar. Recordo-me de fazer tudo por ti, e também me recordo do final, infelizmente. Recordo-me de chorar até as lágrimas secarem e recordo-me que desde aí disse que nunca mais queria amar, nunca se diz nunca mas desde o dia do fim eu nunca mais amei alguém como te amei a ti, foram muitas as coisas que me marcaram na nossa relação. É tudo bom no começo mas o final é horrível quando amamos e só sabe quem já amou. Ainda hoje quando passo por ti o meu olhar brilha, não por gostar de ti mas sim porque te amei muito no passado. Como já disse eu sofri, tu fizeste-me coisas horríveis mas eu agora posso agradecer-te, sabes porque? Porque na nossa relação percebi que era forte, caí montes de vezes mas não fiquei no chão, levantei-me sempre e sempre com esperanças a alimentarem-me até que houve um limite, nada é para sempre. Aprendi que não se dá uns beijinhos e ama-se logo, não se diz "amo-te" á toa. Eu aprendi muito contigo, muito mesmo e agora pergunto-me o que é pior, não sentir qualquer sentimento por alguém e fazer pessoas sofrerem com as nossas ilusões ou amar alguém de verdade por mais que nos faça tudo para nos magoar?!

Don't forget me.

Já a muito que não escrevia para ti, mas hoje volto a fazê-lo com base no meu sofrimento por já não estares comigo.
Sei que um dia ainda te vais lembrar de mim, e os números da tua agenda passarão claramente à tua frente e não terás nenhum para marcar , talvez até tentes o meu, mas até lá posso não te atender ou talvez já nem seja o meu numero. Vais tentar chamar alguém, mas não vai haver ninguém que largue tudo para te ir dar um abraço. Nessa fracção de segundo quando os teus pés pisarem o chão, vais-te lembrar do meu carinho e do meu sorriso inocente. Virão súbitas memórias dos nossos momentos, abraços, ou até do silêncio que havia quando estavas deitado nas minhas pernas. Só haverá uma musica a repetir no teu pc: a nossa. E num novo momento vais sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vais torcer bem forte para ter o nosso mundo de volta. Vais estar deitado na tua cama, a ver televisão, como muitas das noites que aí passas, vais ouvir a chuva a cair e vais sentir um imenso vazio por não teres o teu grande amor para compartilhar esse momento. Não terás ninguém para brincar contigo, admirar o pôr-do-sol assim como fazíamos todos os dias à tarde, ou até mesmo partilhar as tuas histórias com um grande entusiasmo como fazias sempre. O nome disso é SAUDADE, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre. Quando finalmente bateres a minha porta, ela estará  trancada ou aberta , mostrará uma casa vazia e os teus olhos vão ensinar-te o que são lágrimas, aquelas que eu dizia que ardiam tanto. Vais lembrar-te da minha inocência que ria de tudo o que dizias e do meu jeito de te tentar fazer feliz. O nome do enjoo que vais sentir será ARREPENDIMENTO, e a falta de fome será TRISTEZA, a mesma que eu senti por 8 meses. Um dia quando te deitares e olhares para o tecto do teu quarto escuro , vais-te lembrar que as estrelas podiam estar lá, para iluminar todas as tuas noites frias, mas tudo o que vais ver é a escuridão. Quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom de vai acontecer e ninguém te olhar como eu olhava, vais encontrar a SOLIDÃO e vais ver que diante de tudo isso, alguns dos meus defeitos poderiam ter sido perdoados.